Entre idas e vindas, espinhos e tulipas, risos e coca-cola, acabou. Quase acabou com a alegria. Quase acabou com a inocência. E acabou com a ilusão. Solidão é o fim de quem ama, diz o poetinha. E Ana gritava em melodias que (quem sabe) um dia isso passe, sendo ela tão inconstante. Quem sabe o amor tenha chegado ao final.
Mas a vida continuava ao seu redor. E as pessoas continuavam sorrindo. E ela aguardava no portão olhando as estrelas no céu, que também sorriam. Ela não queria deixar a porta aberta e não queria olhar para trás, mas era inevitável não pensar na felicidade que tinha perdido. Então esperava.
A noite pesava em seu peito. Já eram dez e tal e nada. Os carros que passavam na rua lhe traziam um acender de esperança e o ronco do motor trazia a sensação de alívio. Mas nada. Ele mais uma vez não viria.
