30/12/2008

ANO NOVO

Dar adeus dói. E como não poderia deixar de ser, dar adeus a um ano tão belo é angustiante ; por isso prefiro pensar que não será um adeus, mas um renovo.

A maior alegria que tive, neste ano, foi ter um encontro com Deus. E comigo mesma. Hoje, sou livre pra ser uma garota feliz, ainda que minhas nóias sobre a vida não tenham desaparecido, mas é assim mesmo. Como diz minha mãe, “é mistério, minha filha”.
Naturalmente, passei um ano recheado de amor, amizades encontradas, amizades afloradas e amizades sobreviventes.
Conheci grandes amigas no mundo do blog, com quem quero me relacionar até o fim, mesmo que quilômetros de asfalto nos separem.
MIRI foi uma das minhas maiores conquistas. Amiga verdadeira, que com seu carinho e seu jeitinho excêntrico de ser, me fizeram amá-la tanto quanto eu deveria amar uma irmã. E, é exatamente isso que combinamos quando nos encontramos, agora somos irmãs.
Se eu for falar de cada pedacinho a quem meu coração pertence hoje, não caberia aqui neste blog. Mas deixo aqui um grande beijo, pros amores mais amados...

MIRI, NANA, RÚH, MISS KARI, BECKY, DINHA, NANDA, DANIE, BRENDINHA E MANU.
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Meu ser estava completo, porque além das meninas do blog, eu já contava com as minhas antigas amigas, minha família e a nova família em Cristo. Achei que não caberia mais nada, até que comecei fazer cursinho outra vez.
Vida sem tempo, vida roubada, e eu roubando a minha própria vida pra poder viver! E assim foram os meus últimos meses.
Mas, foi lá que se concretizaram lindas amizades, a ALLINE, com quem eu mais brigava do que ninava, mas tudo pelo seu próprio bem. E o GUGA, que se ler esse texto vai descobrir o quanto o carinho que tenho por ele é especial. Por isso, dedico minhas conquistas e aprendizagens a você professor.

Não acho que valham a pena discorrer mais sobre o que me fez feliz neste ano, além de Deus, meus amigos e minha família.
Que neste novo ano, os bons momentos se conservem e os maus sirvam de lição pros anos futuros.

Amo cada um de vocês, com a intensidade de amor que me é possível.
FELIZ NOVO ANO



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LOLITA: o final

“... Ali estava ela (a minha Lolita), irremediavelmente gasta aos dezessete anos, com aquela criança, já sonhando nela em tornar-se uma pessoa importante e aposentar-se ali por 2020 A.D. E eu não cessava de fita-la, sabendo, tão claramente como sei que vou morrer, que a amava mais que tudo que jamais vi ou imaginei sobre a terra, ou que esperava encontrar em qualquer outra parte. Ela era agora a leve aragem violeta e o eco de folha morta da nymphet sobre a qual me lançara, aos gritos, no passado;
[...]
– Lolita – disse-lhe eu –, talvez não adiante, mas preciso dizer-lhe uma coisa. A vida é muito curta. Daqui até aquele velho carro que você tão bem conhece, há uma distância de vinte, vinte e cinco passos. É uma distância muito curta. Dê agora esses vinte e cinco passos. Agora. Neste momento. Venha assim como você está. E viveremos felizes para sempre.
[...]
– Não – respondeu ela – Não, querido. Não.
Ela jamais me chamara “querido” antes.”

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Bem, depois de tanta correria finalmente consegui terminar de ler LOLITA. O final é mais ou menos assim...
Depois de anos percorrendo o Estado de carro com Humbert, Lolita foge com outro homem, deixando H.H. desesperado á procura de sua filhinha. Até que reencontra Lolita com já dezessete anos, grávida, casada com outro rapaz pobre e surdo. A parte comovente e irônica dessa história é que Humbert percebe que continua apaixonado, apesar de Lolita não ser mais uma ninfeta.
Ele vai atrás de Quilty, o homem que havia levado sua protegida embora e mata-o. Vai preso e resolve escrever o livro.
Sobre a pergunta que eu havia deixado no primeiro post, que dizia que só lendo pra descobrir a “verdade”, deixarei que o próprio H.H. lhes conte:


“Eu a amava, Lolita. Eu era um monstro pentápode, mas amava-a. Era uma criatura desprezível, bruta, torpe e tudo o mais, mais jet’aimais, jet’aimais! E havia ocasiões em que eu sabia como você se sentia – e era um inferno sabê-lo, minha pequena! A pequena Lolita, a corajosa Dolly Schiller!

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16/12/2008

DIFERENTES... ?!

Você se arriscaria a levantar a mão com segurança e dizer que é diferente de todos os outros?

Livros, jornais e propagandas falam que cada pessoa é única.
E que todo mundo é importante e especial de uma maneira singular.
Mas num mundo com quase 7 bilhões de pessoas, quem se arrisca a levantar a mão com segurança e dizer que é diferente de todos os outros?

E o mais importante: como podemos afirmar que somos diferentes, quando no fundo, no fundo, temos sempre o desejo de sermos iguais a alguém?

Queremos ser como os nossos heróis.
Queremos ser incríveis, fantásticos.

E diante disso, será que queremos mesmo ser alguém singular?
Não... queremos ser importantes, grandiosos... Mas não necessariamente únicos.

Vivemos numa sociedade onde o anonimato é desprezado...
Onde o pequeno é pouco...
Onde o sozinho é vazio...
Onde o que os olhos não vêem o coração não valoriza.

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Se não conseguimos fazer muito, então não fazemos nada.
Se não conseguirmos mover o mundo, então nem nos movemos.

“Todos se comovem, mas ninguém se move”


Vibramos com os feitos de nossos heróis e esquecemos de que também somos extraordinários para alguém.
Isso é singularidade.

E esse é o tamanho da importância da singularidade para o mundo de hoje.
Não importa quem você é, há sempre alguém que o considera importante.
Existe pelo menos uma pessoa que precisa de você.
Existe um trabalho que nunca será feito se você não o fizer.
Existe um espaço que só você pode preencher.
Isso é singularidade.

Se você quer mudar o mundo, comece mudando a si mesmo.
Mude a sua percepção de grandeza.
Depois se dedique a mudar a vida de uma única pessoa...
E depois de outra, e de outra, e de outra ...
Porque é só assim que se muda o mundo.
Não existe caminho mais curto, mais rápido ou mais fácil.

E quando você fizer isso, Não vai mais precisar levantar a mão para provar ao mundo que é alguém singular.


Porque outros já irão espontaneamente fazer isso por você!

Adapt: §

08/12/2008

Lágrimas no meio da noite

"Esta é a grande vantagem da morte, que, se não deixa boca para rir, também não deixa olhos para chorar..."
Machado de Assis (M.P. Brás Cubas)


Não, eu não quero morrer, mas eu não consigo sorrir e não paro de chorar por dentro...

Meus sonhos foram construídos numa redoma de cristal, que com o tempo fiz questão de deixar em cacos, e com ela se foram meus sonhos. Mas, ainda me restou um e esse eu guardei num baú bem profundo em algum canto misterioso da vida, que eu mesma esqueci. Por isso, hoje vivo num jogo de caça ao tesouro. E o meu sonho é conquistado assim passo a passo, cada dia uma nova peça desse jogo é descoberto.
E a medida que o X vai aparecendo, meu medo vai aumentando. Tenho medo...
Tenho medo de não estar seguindo os passos direito, de estar caminhando na direção oposta ao meu tesouro, de encontrar um outro tesouro ao invés do meu. Um nem tão lindo e nem tão sonhado!
Tenho temor do que possa acontecer quando eu finalmente encontrá-lo... mas tenho que encontrar.
Porque o meu sonho é também um pedaço do meu coração que despedaçou com a redoma cristalina...

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