23/12/2009

Paixões

Hoje, finalmente, tive vontade de escrever. Não que eu não tivesse assunto, ou palavras, muito menos que o vazio tivesse tomado conta de mim, mas eu quis guardar comigo todas as ilusões e paixões que acumulei neste último mês. De todas as pessoas que amo, apenas cinco delas sabem como eu tenho passado... Mas hoje, tive vontade de mostrar para o mundo (se o mundo visse o meu blog) que eu continuo viva.
Você sempre está apaixonada. Quando pára de amar um, com certeza é porque está amando outro!” Disseram-me isto há uma semana e de repente meus olhos se abriram pra uma qualidade?! minha, sou uma apaixonada constante.
Paixão é a essência da minha vida. E cada uma é mais intensa que a outra. Nenhuma pior que a outra, apenas diferentes formas de paixão. E apenas uma forma de sentir. Borboletas tão loucas.
Enquanto escrevo sobre as minhas paixões, começo a pensar naquela que vem me envolvendo nos últimos dias. Ela é diferente, é realizável. É o achado das minhas buscas constantes. O amor que toma conta do meu ser é incrivelmente divertido e parece que a vida começa a ter mais graça com ele por perto, e os meus dias passam despercebidos e as noites em que não o vejo são lentidões escuras e vazias.
Tenho outra vez quinze anos, e não me envergonho de ter vinte. Sou apenas uma adolescente encantada pelo sorriso mais lindo do mundo e pelas piadas mais sem noção, e pela risada mais reflexiva que existe... sempre dá vontade de refletir sobre a verdadeira felicidade. Se ela existe... ele guarda um pedaço naquele sorriso.
§

23/10/2009

Fases de cadeias

Presa em cadeias de vidro. Redoma de vidro brilhante e frágil. Doce espera de um amor. E ela logo se quebrou. Foi despedaçada com os pedaços do meu coração. Catei e tentei reconstruir. Mas minha redoma se tornou informe e absurdamente vazia.
.
Presa em cadeias de diamante. Transparentes e inquebráveis, porém perfeitas. Acordo desesperada e já não sei respirar. Um pesadelo assombra minhas noites inocentes e a lua, imperdoável dama de prata, me sufoca com seu brilho. Sufoco, não consigo sair. Quero partir essas cadeias e quero partir pra longe. Quero poder ficar.
.

Presa em uma cadeia vazia. Vazia de nada. Cheia de multidões. Sobressaltadas noites em desalento tentando achar um local seguro. Um local menos vazio, um local menos cheio. Minha mãe.
.
Presa em cadeias de ferro, duras, incapazes de manejar. Sólido insípido. Doce como o ferrugem de suas marcas que se desgastaram em lágrimas.
.
Presa em muralhas de solidão, me despeço do sol que ainda não foi embora. E o frio invade os meus calafrios e grito de horror. Por dentro, calada. Ouço seus passos no corredor úmido e espero. espero. e nada.

§

08/10/2009

Despedida

Seus dedos estavam cruzados numa espécie de carma. Um hábito que lhe era comum sempre que ficava ansioso. Entrava em transe, e apertava a fronte contra o joelho como se isso aplacasse a dor que teimava em existir.

- Oi... – falei e já não sabia o que dizer.

Sua cabeça permaneceu abaixada, mas pude perceber que seus olhos se fechavam com mais força, pois suas têmporas enrijeceram. Suspirei. Sua cabeça continuou abaixada, mas agora suas têmporas estavam relaxando e ele olhava os meus tênis fixamente. Um alvo vazio.

- Oi. E também suspirou.

Agachei ao seu lado e me deixei levar pelo perfume que lhe era tão comum. Cheirava ao meu próprio prazer. Sorri com este pensamento e isto fez com que seus olhos se levantassem. Por um minuto apenas nos olhamos e o meu riso foi morrendo aos poucos, dando lugar a tristeza inevitável. Íamos nos separar em menos de uma hora. E nada poderíamos fazer contra.
Ele segurou forte na minha mão e nos levantamos. Nossos corações queriam se sentir. Em um ritmo doce e louco, um abraço foi o que restou, e ficamos ali apenas ouvindo. Queria poder dizer que ele se tornara a razão da minha alegria. Que de manhã era dele o meu primeiro pensamento e, ao cair à noite tudo o que eu queria era poder dormir para sonhar com ele. Mas continuei calada, enquanto o meu coração gritava.

- Adeus!

- Adeus... – ...


§

10/09/2009

Elas

Grita Mayumi em meu peito mudo e desnudo. Vontade de voltar a ser. A ser. A ver. A ter. Sentir. Passando de segunda a terceira, como vós e nós. Nós que já não se desfazem com o tempo. Tempo, Aluap. E choro.


Eu já fui Aluap, e também já fui Mayumi. Ao mesmo tempo. Quando em meus tempos de infância, era permitido ser quem você queria ser. E o que eu queria ser era a rainha do meu quintal.

Desde sempre – acho – subia em árvores e me sentia parte daquilo. Eu era a natureza viva. Mas não a única viva. Mas a que tinha o poder da fala. As árvores e os animais, os anjos e essas duas mulheres que viviam em mim, ou que eram mim, falavam através dos meus pensamentos e eram traduzidos pela minha boca.

E é delas que sinto mais falta. Depois de tanto tempo, recordo. Mas penso que já é tarde.

Mayumi era uma imperiosa índia que adorava correr ao vento. Disputava recordes com os furacões, apesar de nunca se importar em saber quem vencia. Tinha um jeito gracioso de “falar”. E me contava coisas de terras distantes. De mares azuis e cachoeiras impetuosas. Mayumi era uma expressão de liberdade.

Aluap era dominadora, mas gentil. Uma mistura de raças, de cores, de lua. De sol e chuva. Uma amiga que me conhecia. A que mais conheceu. Era também uma sábia conselheira e me guiava pelo coração. Que me emprestava o colo quando eu estava triste e cantava canções de ninar para embalar minha solidão.

Aluap era um pedaço do que eu não tinha. Uma mãe. Era o amor em posse de um espírito sem vida. De um espírito errante que se apossara da minha existência. Era uma rainha. E seu trono era um trançado de galhos da antiga goiabeira. No mais alto galho. E era lá que eu ficava. Aluap reinava. Mayumi acalmava. E o tempo parava. O tempo, Aluap. O tempo Aluap. O tempo...



§

01/08/2009

Considerações

Há tempos que eu não escrevo nada aqui, mas há algo que eu queria gritar pro mundo. Bom, este é o meu mundo. Então quero usar cada pedacinho deste blog pra dizer:
Não estou mais apaixonada por ele.

E ainda que eu queira dizer que esse meu grito vem acompanhado de um sorriso, não posso. Talvez uma expressão satisfeita. Mas não feliz.
Estar apaixonada é um estilo de vida pra mim. Me completa. Mas me machuca. E por tantas vezes (como boa evangélica que sou) tento assimilar o que diz na bíblia quanto ao amor “o amor não é sofredor”, continuo vivendo amores sofridos. E isto, definitivamente, não é bom.

Por isso digo que se não estou tão feliz por esta afirmação, também não consigo ficar triste. É uma questão de lógica. Menos um amor é igual a menos um sofrimento.
Mas o que dizer da solidão que agora adentra no meu coração e que faz a música não ter sentido. Sim. Me apaixono, também, pra ouvir música. É como se assim, eu sentisse verdadeiramente o que o piano me diz. Ele e eu temos afinidades. Coisas de outra vida.

Concluindo... Sem este amor, a minha vida perdeu um pouco do sentido. Um pedaço do meu coração sente sua falta. E continuo dizendo que dói saber que agora o vazio me acompanha pelas ruas, que os fones de ouvido apenas trarão frases sem vida e que o meu coração não irá palpitar quando eu ouvir a nossa música. Love de Keyshia Cole.

Por outro lado, um novo amor supre um amor perdido. Digo sempre. E cansei de amores platônicos. (In)felizmente, já não tenho mais quinze anos.
.

§

18/07/2009

Sonho de uma noite de verão

Fazia calor. Pela décima vez, perdi a noção de tempo olhando para ele. Que continuava me ignorando. Passei na sua frente, toquei o seu braço e sorri. E ele apenas balançou a cabeça, passivamente, e tornou a virar o copo. Olhou para o outro lado, e eu passei a não mais existir.
Sai chateada. Ele estava chateado. Apesar de não ser dia para chateação.
Há alguns dias atrás... Simplesmente o vi. Já o conhecia, mas passei a conhecer além daquele garotinho que passava em frente a minha casa de bicicleta. Era mais que apenas o menino que havia crescido. Era um mistério.
Bastou apenas um sorriso para ter a certeza que era ele. Verão. Fogo. Calor. Desejo. Paixão. Palavras fortes que não conseguem decifrar a intensidade do que nos aconteceu. Abraço. Loucura. Beijo. Desespero. Distância. Tristeza. E ainda faltava algo. Que antecipo dizendo que ainda não encontrei. Porque era algo além de paixão e menos que um mero amor.
Passávamos o tempo que podíamos juntos. Gostava de vê-lo sério, pensativo, cada vez que falava do nosso futuro. Gostava de vê-lo agonizante quando pensava na distância. Gostava de vê-lo me olhar. E sorrindo a me ver sorrir. E me abraçando forte, por nenhum motivo. Ou por todos eles. E era recíproco.
Havia um algo entre nós que era indefinível e que ele chamava de imã. E eu apenas ria por mais aquela infantilidade. Ele era tão infantil quanto encantador. E me deixava encantar por aquele riso fácil e o olhar penetrante, que me diziam coisas que eu nem sei explicar. Mas que me fazia bem em ouvir.
No calor daquela cidade, nos apaixonamos. E foi no calor que nos desentendemos. Agora, olho pro céu e respiro. Olho pra água e suspiro. Cumprimento um velho conhecido que ri e dou uma risada. E me calo para escutar o meu próprio lamento ecoando na areia.
Caminho em meio às barracas e vi que ele estava vindo ao meu encontro. O coração acelera. Seus olhos me fitam com desejo. Ofegante, toca no meu ombro. Segura a minha mão. Toca os lábios nos meus e digo que não é dia para brigar. Não no último dia. Ele concorda, mas diz que continua chateado. Também estou chateada. E o tempo que nos resta é desperdiçado com brigas sem sentido.
No final, um aperto de mão, um beijo no rosto e um adeus encerram o nosso espetáculo.


Bem Shakespeariano.
.
§

20/06/2009

Passado distante


Ás vezes construimos um sentimento que nem se pode nomear, mas se pode sentir de tal maneira que no fim vira um decifra-me ou te devoro! que consome todas as nossas ilusões e sorrisos.
Sempre me senti uma espécie rara nesse mundo tão padrão, porque nunca caí nas garras das atrações e paixões fulminantes. Nunca, em momento algum, me dei ao luxo de acreditar nas palavras de um homem, se elas eram dirigidas a minha pessoa, e muito menos me deixei levar por cantadas baratas ou mesmo as românticas.
O motivo da minha frustração?.. Amei aos cartoze anos, foi o primeiro, o puro (beijei ele umas pocas vezes) e o não correspondido...
Depois disso, deixei de me apaixonar, e passei a controlar o meu coração (outra coisa especial em mim), trancando indeterminadamente pra balanço.. foram três anos de dor, desilusão e amparo nas farras do mundo.. beijando apenas quem eu queria beijar, e curtindo só pra curtir!
Mas isso faz parte de um passado muito distante...
.
" Tudo de amor que existe em mim foi dado.
Tudo que fala em mim de amor foi dito.
Do nada em mim o amor fez o infinito
Que por muito tornou-me escravizado"
.
Amei outra vez aos dezessete.. pra quê?!
No ínicio foi só uma brincadeira, coisa de menina querendo passar o tempo..
Mas foi ficando mais forte a medida que eu sentia falta dele, de não vê-lo sorrindo pra mim, e mais ainda de não ter a atenção que eu almejava muito... Mas, o maior problema, foi que ele acabou se encantando por mim (porquê homens são tão bobos??) e acho que a afeição que eu sentia acabou se misturando com a vontade de fazê-lo feliz...
.
PAUSA
.
Segundo o dicionário, "Amor é um sentimento que predispõe alguém a desejar o bem do outro".
.
CONTINUA
.
Pronto.. comecei a amar ele
Só que pra amar você deve sofrer... Acabou não dando certo... Acabou antes de começar.
Este amor foi o segundo, o puro (nunca nos tocamos) e repleto de contradições...
Mas esse é um passado distante!
Hoje...
§

05/06/2009

Reflexos

Às vezes me olho no espelho e tenho a sensação de estar olhando pra outra pessoa. Sim. Esta não sou eu! Este rosto triste que eu vejo não é meu. Mas quando fecho os olhos eu me encontro.


Ela é bonita. Ainda que tenha algumas cicatrizes, umas feridas que foram abertas recentemente, e muitas manchas. Mas são apenas marcas de quem viveu intensamente. Essa garota que vejo é especial. Tem um sorriso especial pronto a oferecer a quem lhe faz bem.

Essa menina bonita gosta de ser. Não apenas de fazer sentido. Ela é. Essa menina que chora quando a ignoram. E ri quando está sozinha, porque sabe que a solidão é amiga. Essa menina sabe que o escuro guarda medos, mas está sempre pronta para enfrentá-los com a alegria de quem vai encontrar o pôr-do-sol pela manhã.

Ela é forte e corajosa como um potro selvagem. Mas vem comer na mão daquele que lhe oferece um carinho. É como um anjo que caiu e não tem sossego. Quer seu par de asas de volta para poder voar e ser livre. Essa menina é mais que uma simples vontade. É o anseio de vida que jorra em meu coração.
.


Um dia, ela me contou que conhece os segredos mais profundos da minha alma. Conhece minhas vontades e minhas verdades. Ela conhece o que sou. E se conhece. E tem um laço de fita na cabeça e diz que é para não esquecer que é amada. Tola. Nisso ela é tola. E sabendo que é tola (já que se conhece), diz que o amor não vem de fora. O amor está além dela.E ela sempre está certa.


Sim, ela tem defeitos. Ela é impulsiva. Fala o que não deve. Fala demais, mas tem muita coisa a dizer. Fala tanto que às vezes é incompreendida. Chora alto e soluça entre as frestas da barreira que nos separa. Mas eu sempre a consolo e digo que tudo vai ficar bem. Gosto de chamá-la de meu amor, nesses momentos. Ela apenas ri, como se a vida fosse tão fácil.


Deus a conhece. Ele Mesmo a criou e quis ser amigo dela. Tem sentimentos de paz ao seu respeito e a presenteia com o melhor. Deus a compreende como nenhum outro, até mesmo eu. E Ele é o único que tem acesso ao centro do seu coração.


Essa garota, que nunca vai crescer, sou eu. Mas não é o eu que vejo em meu reflexo. Ela só pode ser conhecida por aqueles que pararam um dia e resolveram olhar pra mim. Não para o meu rosto. Não para o meu corpo. Mas para o meu espírito. Um dia, se sentir vontade de conhecê-la, olhe nos meus olhos e sinta o meu sorriso. E lá estará ela, a bela menina de laçarote na cabeça e sorriso encantador, com o coração batendo apressado, e feliz com a possibilidade de amar e ser amada.





§

02/06/2009

Bicicleta


Andava de bicicleta como se fosse a primeira vez. Cambaleava e pensava. Pensava pela milésima vez. Lembrou do dia que conheceu o garoto da mente bonita. Não sabe de onde ele veio, quem ele poderia ser, mas o ouviu falar. E se apaixonou. Virou a esquina.
Paixão... ela ainda não sabia o que era isto. Mas sabia que gostava de ouvi-lo falar. Gostava da mente dele. Das piadas sem noção e do riso alegre.
Ela gostava... mas não sabia o que era paixão. O sinal fechou. Parou. Sorriu. Lembrou de suas palavras bonitas e quis aprender a falar bonito. Queria impressioná-lo. Queria conquistar a sua confiança. Ansiava ter o seu coração... mas não sabia.
Só sabia que gostava de ter sua atenção. Gostava do seu toque. O sinal abriu. Continuou a andar. Cambaleou com a lembrança. Toque. Gostava mesmo do seu toque. Se sentia segura quando ele a abraçava. Chegou onde queria.
Se era paixão, ela não sabia. Mas gostava de chamá-lo de amor quando estava só.




§

22/05/2009

Pra você me entender!

De onde é que vem esses meus olhos tão tristes?
Não, não vem das campinas. Vem do fundo da minha alma. E por vezes tento disfarçar que está tudo bem, e quando olha pra mim é um sorriso que vê. Mas não viu o meu coração. Não sabe se ele está inteiro, ou se a mancha que viu no lado esquerdo do meu peito não era uma gota de sangue. Acho que era.
O meu olhar triste também vem do sol que se deita. A escuridão que me amedronta. Que me faz sentir sozinha como a lua. Ela e eu sabemos o que é estar em meio à multidão e se sentir só. Me identifico, aprecio. Mas, ainda assim, prefiro o nascer do sol. Sunrise blue!
De onde é que salta essa voz tão risonha?
Vem da perda tristonha que o sol resgata, arde e deleita. Vem da memória que não apaga. Dos momentos que não voltam. Do fogo que acende o meu coração. Vem da sua presença.
Não sei se dos meus pés na terra nascem flores, mas dos meus olhos saem cachoeiras. Cachoeiras de vontade que não consigo realizar. Cachoeiras de saudades. De amores perdidos. De encontros e desencontros. Cachoeiras de i miss you.
Mas meu olhar não é sempre triste, são apenas lágrimas e chuvas. E eu não gosto de frio.

.



.

Ontem um pedaço do meu coração se perdeu na rodoviária. Espero que você o encontre quando voltar. Te amo muito miojo. I miss you!!


§

21/05/2009

E agora?!

O desejo não pensa; ele anseia...


E a vontade não sabe querer para trás.
.

Meus ursinhos me fazem companhia.




§

11/05/2009

Sonho

Ontem tive um sonho. Ou muitos. Lá no meu reino dos sonhos, posso sonhar um minuto como se fosse um ano e ter um sonho e achar que morri. Sonhei, sonhei e sonhei. Acho que sonhei a noite inteira.
Não queria acordar, mas de repente acordei assustada. Olhei a hora... Ainda tinha tempo pra sonhar mais. Voltei a dormir e o sonho continuou no ponto onde tinha parado. Eu e ele estávamos passeando no jardim.
Mesmo sonho, mesma alegria, mesmo desejo... E uma intrusa! Ainda não descobri quem foi o traidor que lhe entregou as chaves do meu castelo. Mas lá estava ela, passeando por entre as rosas cor-de-rosa... Minhas preferidas... Leve, envolvente, menina-mulher. Chamou a atenção dele, e ele homem-bobo sorriu. Com seu jeito infantil e venenoso, ela começou a dançar, dançava e ria. Ria um sorriso meio débil e sarcástico. Ria para ele, débil. Ria para mim, sarcástica. E ele ria. Bobo.
Naquele meio tempo, já não queria mais sonhar, queria destruir o meu mundo e fundar um novo onde não teria mais portas e nem traidores. Mas não conseguia. Continuei observando sua dança maquiavélica.
Ele soltou minha mão e começou a bater palmas enquanto continuava mirando e engolindo cada passo que a menina-mulher dava. Era vermelho, o lenço que ela rodava, e de repente era só uma fita de laço.
Enquanto ela dançava, fui ficando pequena e desbotada de tanta solidão.
E ela cada vez mais brilhante, jovem e florida, com minhas rosas que não são vermelhas, paixão. Apenas sedução. Coisa de lolita. Passou próximo a nós e o envolveu com um perfume embriagador... Incógnito. Ele parou e olhou para mim com um olhar de pena. Escarro de amor. E com passos firmes, foi atrás dela. Por que homens são tão bobos?
Agora ela era uma mulher. E eu tive a impressão de que ela saberia me responder. Mas quando virou para mim, meu mundo caiu.
Até agora eu não obtive resposta.
Mas acordei com lágrimas no rosto.


§

29/04/2009

Perder

Fico aos berros tentando desabafar, mas tapam a minha boca, como se as minhas palavras fossem loucas. As muitas perguntas que afundam de respostas, não conseguem afastar as minhas dúvidas.
E eu me afogo nelas e não consigo me salvar, porque não me acho.
Deixo que minhas palavras aguardem o tempo exato pra falar, mas são coisas minhas que talvez você nem queira saber. Só sei que já não escrevo mais cartas de amor.
Eu não queria te perder agora, porque perder é como não ter bússola, porque preciso daquilo que é meu para achar o meu lugar.
Se um dia você se sentir só e lembrar que eu te admirei (amei), e vier a minha procura, não vai me encontrar. Neste dia eu terei cansado de esperar e já estarei voltando pra casa. E lá eu andarei só, e trocarei passos com a solidão.
Se o amor sentir frio. Fecharei o meu
casaco.


§

23/04/2009

Sem Fôlego

Quando a tua mão segurou a minha...
Respiração presa... Taquicardia.
Parei no tempo, não sabia o que pensar
Porque pensei que fosse me beijar
Me puxou como se fosse me levar
Mas apenas me olhou como se fosse me amar
Sorriu como se fosse me conhecer
E o tempo que parecia parar
Foi rápido como um relâmpago.
Sorriso bobo, gosto de querer,
Borboletas no estômago.
Nossas vozes foram ficando roucas.
Porque quando você me toca
Vejo borboletas tão loucas?
E choro quando anjos merecem morrer!
§

15/04/2009

Passividade

Amar e ser correspondido corresponde à razão da existência do ser humano.
Por isso, amo você!
Acha pouco?! Você me ama e eu te amo, o que mais você quer?
Te dou meu sorriso, te dou um pedaço do meu tempo, te dou um afago...
Te dou o que sempre pede... Bom, nem sempre!

Porque seus desejos são demasiados humanos.
Não gosto de desejos carnais.


Estou presa no passado, no passado distante, no Teddy-Bear e nas amizades que não sobreviveram.


§

24/03/2009

VAZIA

Não sei o que escrever, e pela décima vez abri o blog pra começar um novo post, mas não há nada aqui dentro. Confesso que normalmente falo de experiências próprias e talvez seja este o motivo do meu vazio. Eu não tenho feito nada fora da minha rotina, apenas trabalho e estudo... aff!
Se bem que dormir só cinco horas e meia por noite é uma experiência e tanto. Estou tendo ataques de ansiedade porque agora o meu dia começa cedo, termina tarde e parece que não é o bastante, vai entender!
Também estou ficando cada dia mais estressada e as mudanças de humor repentino cada vez mais freqüentes. Tanto que, decido, inconscientemente, qual o humor irá me dominar no primeiro passo que dou ao entrar em um ambiente. Até já pensei se não é o caso de observar se o pé direito ou o esquerdo está influenciando, mas não sou supersticiosa.
E eu confesso e me arrependo, mas é ridículo estar melancólica e de repente começar a rir compulsivamente, porque fico parecendo anormal. Eu sei que não sou muito convencional, mas ainda me considero normal, só não sei se outros têm a mesma opinião.
Ah, e como se não bastasse, ainda agüento o peso na consciência de não ter tempo pra mim mesma. Porque quem disse que trabalho, faculdade, amigos e igreja são tudo na vida de uma pessoa?! Preciso urgentemente de ficar um dia inteiro no meu orkut, ver o BBB em tempo real, preciso arrumar as unhas, descolorir e assistir o Curioso Caso de Benjamim Button.

Mas prometo que em julho eu terei muitas novidades.. por enquanto continuo assim ... VAZIA!
BjuMeLiga
§

17/03/2009

Psyché

Psicologia... Psico... psyché
Mente? Não, alma! Mente? Não, diz a verdade
Realidade, mostra, escancara, a alma e a mente,
mas não mente, apenas sente e move montes...
mas não é a fé?! É!
A alma, mente, mas não mente e tem fé.
"A fé que não vem de Deus, não é a busca pelo impossível,
é a perseverença no imprevisível"

Divagações com Polly
§

03/03/2009

INDECENTE DE BÃO

"Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador... Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos.
O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos.
Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto. Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa.
Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar. Ela foi deixando...ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo. Todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.
Começaram a se aproximar...ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois.
Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula; ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros.
Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta.
Estavam na posição de primeira e segunda pessoas do singular: ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente... Era o verbo auxiliar do edifício ! Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas.
Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história. Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou, e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente ! Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto.
Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.
O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.”


Fernanda... aluna de Letras da UFP
(chega a ser indecente de tão boa)
.

16/02/2009

TROTE

Terça passada tive boas e más noticias. Mas isso eu já esperava, foi o dia do resultado dos vestibulares mais importantes que eu havia prestado.
Pois bem, logo cedo tive o imenso prazer de saber que havia passado na UEG pra economia. Fiquei feliz. Somando que eu já havia passado no CEFET pra química agroindustrial e ganhado uma bolsa integral na UCG pra psicologia, fiquei mais ainda.
Mas para minha infelicidade, eu não passei na tão sonhada Federal... isso foi muito, muito triste. E muitas das minhas amigas também não passaram, principalmente a minha best friend... mais triste ainda.
Mesmo assim resolvi ir no cursinho pra encontrar o pessoal.. tá, eu queria mesmo era cair na farra... rsrsrrs.
Logo na chegada fui cumprimentada com uma boa dose de farinha de trigo no rosto... ufa! Ainda bem que os ovos já haviam acabado.
A galera foi chegando, se abraçando, todos felizes, outros felizes de estarem acompanhando a felicidade do outro e assim fiquei feliz de novo.
Ganhei gostosos abraços, um em especial que me deixou mais feliz ainda... Ganhei muitos parabéns, desejos de felicidades e de uma vida (acadêmica) próspera. E um até que enfim que você passou! kskakskakas.
Um dos guris que também tinha passado tava louco pra farrear e inventou de comprar cartelas de ovos... Agora imagina a bagunça... Tamo que corre pra todo lado, mas ninguém escapou. Nem eu! Acabei ficando suja e fedida, mas ainda feliz. Com toda a nossa sujeira fomos ao shopping comprar suco... Imagina a bagunça [2].
Depois, fomos para o sinal pedir dinheiro e rimos pra valer.
No final, meu amigo me deu carona até a metade do percurso pra minha casa, mas no resto tive que entrar em um ônibus super lotado... Mas, nada mais me deixaria triste naquele dia.

Afinal de contas, lutei muito pra conquistá-lo... O dia do trote!














§

07/02/2009

???



Onde está você? se não está aqui dentro de mim.
Te procuro em cada esquina, em cada rosto, em cada sorriso.
Voz grave, riso suave, gosto de bem querer. Onde está você?
Queria que o amanhecer me trouxesse algo de nós, mas só me lembra que mais uma vez devo calçar as sandálias da esperança e me pôr na porteira da ilusão, á espera do sinal dos sinos da catedral que me avisarão quando você estiver aqui. Quero você!
E não há nada no mundo, nem há nada no céu que justifique o vazio de não te ter.
Mas há algo maior que queima em mim, um questionamento que não me deixa descansar, e que na escuridão faz doer no meu peito...
Quem é você?


§

27/01/2009

QUERERES


Quero ser alguém que alguém imaginou que eu seria e ser quem o outro queria que eu me tornasse. Mas ainda nem sou tudo aquilo que eu queria ser. Quero ser mais que eu. E um dia pretendo ser nós.
Quero viver de mim, e esquecer que os outros talvez existam. Que minhas curtas frases se impactem com o doce florescer da minha mente jovem. E que o farfalhar das flores outonais não rompam com o encanto assobio da brisa.
Quero que o tempo não mate as memórias que criei. As de amor são garantidas. Mas quero que minhas decepções e ilusões me persigam pra servir de exemplo pras decepções e ilusões futuras.
Quero quebrar o provérbio que diz que o coração é quem manda. E aprender que o coração é um órgão enganoso.
Não quero estar presente quando o sol se pôr, mas quero a certeza de que ele sempre irá nascer. Pois, a escuridão amedronta os meus sonhos e somente o azul do céu afugenta minha solidão. Sunrise blue.
Não quero mais palavras inventadas, sussurros ouvidos e gritos ecoados nesse abismo sem fundo que chamam emoção. Quero o CAMINHO, A VERDADE E A VIDA.






§

20/01/2009

Teddy-Bear

Hoje acordei sem sentir.
Quando dei por mim meus olhos estavam abertos.
Mas não me recordo a visão.
O som do ventilador ainda vibrava em meus ouvidos,
só que essa noite ele não havia sido ligado.
Sentei, e esperei.
Esperei a sensação do desespero.
Não veio.
Nem uma ânsia, nem um medo, nem dor.
Apenas não sentia.
Fiquei de pé. Mas meu cérebro continuava dormitando.
Tentei alcançar o interruptor,
mas tudo estava iluminado.
Já o havia apertado há tantos minutos.
Minhas roupas estavam no cabide a me esperar.
Lembrei que não sentia o toque do meu pijama.
Talvez também estivessem me esperando.
Resolvi sair do quarto. Mas parei e observei.
...
Meu ursinho de dormir fora esquecido na fenda entre
a minha cama e a parede.
Parecia gritar por socorro.
Mas eu não sentia. Acho que também não ouvia.
Ou o meu ursinho não sabe falar.
.



§

12/01/2009

Cotovia

Na profundidade de nosso ser mora uma pequena cotovia que canta plenamente. Escute. Ouça-a cantar.
Seu canto lamenta o pôr-do-sol. Seu canto canta o amanhecer. Essa é a canção da cotovia. E ela não se calará até ver o sol.
Ela é tão pequena, que ignoramos a sua presença. Não é como os outros. Alimentamos o leão que rosna por poder. Acariciamos o tigre que exige afeto. Domamos o potro que resiste ao controle. Os outros são mais barulhentos, mais exigentes, mais imponentes.
Mas nenhum é tão constante como a pequena cotovia.
Do cinza canta uma melodia dourada.
Trina um verso que o tempo não limita e assomando-se pela mortalha da dor, vislumbra um lugar onde a dor não existe.
A cotovia anela a eternidade.

O sábio disse:
Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs na mente do homem a idéia da eternidade, se bem que este não possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até o fim.
Mas não é preciso um sábio pra saber que os anseios das pessoas vão além da terra. Quando vemos dor, anelamos. Quando vemos fome, nos perguntamos o porquê. Mortes sem sentido. Lágrimas intermináveis, perdas desnecessárias. De onde vêm? Para onde conduzirão?
E assim canta a cotovia.


Somos essa ave e sua canção nos pertence. Nossa canção do coração não será silenciada até que vejamos o amanhecer.

§

07/01/2009

NANA




Hoje uma pessoinha muito especial tá fazendo niver... a Nana!

Nana, eu queria tá aí pertinho pra te dar um abraço fortão e dizer o quanto tu é especial pra mim.. mas como não posso, te conto uma historinha.

Conheci a Nana numa linda tarde, enquanto fuçava os blogs de Lalola, e hoje, nessa tarde mais trilinda ainda eu comemoro por isso ter acontecido, porque foi com a Nana que aprendi o quanto é lindo conquistar amizades, mesmo que tenham quilômetros de distância entre.
E foi conhecendo a lindeza do coração dessa parazinha que minha vida tomou um rumo totalmente diferente.. sem a Nana, a Danna talvez nem existiria mais e nem seria tão feliz.

A Nana é a amiga que me encantou desde o primeiro momento e a que quero conservar pra sempre. Lembro que ás vezes, quando ela passava por algum problema, ela se calava e eu enlouquecia. E, no início da amizade, dizia que tinha 19 anos, até que em um dia muito estranho desabafou que só tinha 17.. hem, pensou que eu tinha esquecido?!
E foi assim que assisti a transição da Nana menina pra Nana adulta, e maravilhada, percebi que mesmo em meio a um turbilhão de mudanças, a essência que a torna tão especial ainda permanece.

Por isso, te desejo um feliz aniversário, e que você continue assim mesmo... uma mistura de sabedoria com alegria que a torna a flor mais rara do meu jardim.









A DANNA TE AMA MUNTÃÃÃOOO

06/01/2009

_ _'

Sumirei de ti
pra testar sua saudade...

§
.