23/10/2009

Fases de cadeias

Presa em cadeias de vidro. Redoma de vidro brilhante e frágil. Doce espera de um amor. E ela logo se quebrou. Foi despedaçada com os pedaços do meu coração. Catei e tentei reconstruir. Mas minha redoma se tornou informe e absurdamente vazia.
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Presa em cadeias de diamante. Transparentes e inquebráveis, porém perfeitas. Acordo desesperada e já não sei respirar. Um pesadelo assombra minhas noites inocentes e a lua, imperdoável dama de prata, me sufoca com seu brilho. Sufoco, não consigo sair. Quero partir essas cadeias e quero partir pra longe. Quero poder ficar.
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Presa em uma cadeia vazia. Vazia de nada. Cheia de multidões. Sobressaltadas noites em desalento tentando achar um local seguro. Um local menos vazio, um local menos cheio. Minha mãe.
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Presa em cadeias de ferro, duras, incapazes de manejar. Sólido insípido. Doce como o ferrugem de suas marcas que se desgastaram em lágrimas.
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Presa em muralhas de solidão, me despeço do sol que ainda não foi embora. E o frio invade os meus calafrios e grito de horror. Por dentro, calada. Ouço seus passos no corredor úmido e espero. espero. e nada.

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