24/03/2009

VAZIA

Não sei o que escrever, e pela décima vez abri o blog pra começar um novo post, mas não há nada aqui dentro. Confesso que normalmente falo de experiências próprias e talvez seja este o motivo do meu vazio. Eu não tenho feito nada fora da minha rotina, apenas trabalho e estudo... aff!
Se bem que dormir só cinco horas e meia por noite é uma experiência e tanto. Estou tendo ataques de ansiedade porque agora o meu dia começa cedo, termina tarde e parece que não é o bastante, vai entender!
Também estou ficando cada dia mais estressada e as mudanças de humor repentino cada vez mais freqüentes. Tanto que, decido, inconscientemente, qual o humor irá me dominar no primeiro passo que dou ao entrar em um ambiente. Até já pensei se não é o caso de observar se o pé direito ou o esquerdo está influenciando, mas não sou supersticiosa.
E eu confesso e me arrependo, mas é ridículo estar melancólica e de repente começar a rir compulsivamente, porque fico parecendo anormal. Eu sei que não sou muito convencional, mas ainda me considero normal, só não sei se outros têm a mesma opinião.
Ah, e como se não bastasse, ainda agüento o peso na consciência de não ter tempo pra mim mesma. Porque quem disse que trabalho, faculdade, amigos e igreja são tudo na vida de uma pessoa?! Preciso urgentemente de ficar um dia inteiro no meu orkut, ver o BBB em tempo real, preciso arrumar as unhas, descolorir e assistir o Curioso Caso de Benjamim Button.

Mas prometo que em julho eu terei muitas novidades.. por enquanto continuo assim ... VAZIA!
BjuMeLiga
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17/03/2009

Psyché

Psicologia... Psico... psyché
Mente? Não, alma! Mente? Não, diz a verdade
Realidade, mostra, escancara, a alma e a mente,
mas não mente, apenas sente e move montes...
mas não é a fé?! É!
A alma, mente, mas não mente e tem fé.
"A fé que não vem de Deus, não é a busca pelo impossível,
é a perseverença no imprevisível"

Divagações com Polly
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03/03/2009

INDECENTE DE BÃO

"Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador... Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos.
O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos.
Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto. Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa.
Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar. Ela foi deixando...ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo. Todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.
Começaram a se aproximar...ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois.
Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula; ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros.
Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta.
Estavam na posição de primeira e segunda pessoas do singular: ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente... Era o verbo auxiliar do edifício ! Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas.
Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história. Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou, e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente ! Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto.
Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.
O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.”


Fernanda... aluna de Letras da UFP
(chega a ser indecente de tão boa)
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